sexta-feira, 17 de agosto de 2012

'Cotas vão ajudar Enem a reestruturar currículo do ensino médio público'

A cota de 50% das vagas das universidades federais para alunos das escolas públicas fortalecerá o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e ajudará a melhorar a última fase do ciclo da educação básica. Interessados em conquistar uma vaga nas federais, que usam a nota do Enem no processo de seleção, os estudantes e suas famílias pressionarão as escolas por mudanças no currículo do ensino médio. A afirmação é do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que descarta a hipótese de intervenção direta na organização e na grade curricular, o que exigiria reabrir um debate feito na gestão do seu antecessor, Fernando Haddad. Segundo Mercadante, o MEC vai substituir a Prova Brasil pelo Enem na avaliação do ensino médio do País. Por questões técnicas, não há prazo para a mudança.
Segundo Mercadante, o MEC vai substituir a Prova Brasil pelo Enem na avaliação do ensino médio - Dida Sampaio/AE-14/8/12

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) divulgado anteontem mostra que houve piora no desempenho de 9 Estados e do Distrito Federal no ensino médio. Quais seus planos para essa etapa da educação?
A primeira diretriz é a substituição da Prova Brasil pelo Enem como instrumento de avaliação da qualidade do ensino e aprendizado. Temos de manter por mais um período a Prova Brasil para não perdermos a série histórica. O Enem tem 1,5 milhão de alunos do ensino médio inscritos neste ano, de um total de 1,8 milhão de concluintes de escolas públicas. Ele já é uma avaliação censitária.

Então o sr. pretende tornar o Enem obrigatório para alunos da rede pública?
Não. O Enem hoje já é quase censitário, não precisamos de nenhuma medida para ele ter esse papel no ensino médio. Não precisa ser obrigatório. Só não posso fazer isso agora. Para manter a série histórica, precisamos ter os dois exames ainda por mais um período. Há um trabalho técnico e conceitual, porque a Prova Brasil avalia o sistema e o Enem avalia o aluno.

Então a aposta do sr. para o ensino médio é o Enem?
O Enem vai ser cada vez mais importante, porque além do Sisu (sistema de seleção de candidatos que fizeram o Enem para as universidades federais) e do ProUni (programa de bolsas para universidades particulares) vamos ter o sistema de cotas. Metade das vagas das universidades federais será preenchida pelas escolas públicas. Vai ter uma cobrança para colocar na universidade. Com isso, o Enem vai contribuir para reestruturar o ensino médio. Ele está organizado em quatro grandes áreas: matemática, língua portuguesa, ciências exatas e ciências humanas. Essas áreas vão estabelecer as necessidades de aprendizado dos alunos para o ensino médio. Essa reorganização curricular virá do Enem. Vamos discutir com os secretários de Educação para pactuarmos esse processo. Hoje temos 13 disciplinas obrigatórias e deverá haver uma reestruturação em direção à matriz do Enem.

Mas o sr. pretende reabrir a discussão para mudar as disciplinas do ensino médio? Quando o sr. diz que o currículo do ensino médio perdeu o foco, o sr. pretende fazer algum projeto de lei ou portaria com novas diretrizes?
Não, não é isso. Queremos usar o Enem para estimular essa mudança, que é um processo muito mais rápido. O Enem vai se colocar como grande instrumento de acesso à educação. O Enem já vai ser esse elemento estruturante, ele vai reestruturar o currículo do ensino médio. Os alunos, os pais e a sociedade exigirão da escola pública resultados no Enem. A escola vai ser cobrada, então vai se adaptar naturalmente. O principal indicador de qualidade vai ser quantos alunos cada escola colocou no Enem.

Apenas o Enem será suficiente para melhorar o ensino médio?
O Enem será mais importante ainda na vida dos alunos da escola pública. Outra coisa que queremos é estimular a escola em tempo integral. O sistema já identificou que ela é um grande avanço em direção à qualidade. Queremos fortalecer essa modalidade e essas parcerias. E a terceira diretriz é a formação dos professores. Temos um volume muito grande de professores que não têm a formação específica na competência em que eles dão aula, especialmente em matemática, física e química. E temos a tecnologia de informação. Queremos colocar a internet à disposição dos professores e alunos. Os tablets são instrumento para professores do ensino médio.

Desde 2009, já existe um modelo novo de ensino médio, mais próximo do mercado de trabalho e da vida dos alunos, mas com pouca adesão das escolas. Por que não investir nesse modelo?
Esse modelo é a busca de uma escola mais interessante para o aluno. Nessa idade, se o aluno não se interessar, ele abandona a escola. Então o ensino médio inovador é sim um caminho muito promissor. É a busca de novas estruturas mais eficientes é um movimento que já está em andamento.

Temos um terceiro setor ativo no Brasil, com experiências e métricas importantes. É possível pensar num modelo em que o privado venha com uma proposta de ensino e isso seja apoiado pelo gestor público?
Estamos buscando tecnologia da informação para abrir mais o leque de alternativas para as escolas, porque as redes que fazem essas parcerias, e muitas já estão fazendo. As experiências estão sendo muito bem avaliadas. Há uma parceria com a Fundação Lemann, que está traduzindo as aulas do professor Salman Khan (ex-aluno do MIT e de Harvard que torna disponíveis videoaulas no Youtube que já foram vistas por mais de 70 milhões de pessoas). As redes estaduais estão comprando tablets, por meio do pregão eletrônico organizado pelo MEC, que vem com conteúdo completo, acesso ao portal do professor, material para motivar o professor a estruturar as aulas. Há um grande interesse dos Estados em comprar tablets para os professores. Essas parcerias e esses suportes são muito positivos. E as aulas de tecnologia da informação agilizam muito essas parcerias. Mas isso não pode ser feito em detrimento da formação do professor, da valorização do professor e da relação com o aluno.

Fonte: Estadao.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

HOJE É UM DIA CELEBRAÇÃO; DIZ MINISTRO DA EDUCAÇÃO






BRASÍLIA - O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, admitiu que o fraco desempenho do ensino médio no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2011 representa "um imenso desafio" para o MEC, mas exaltou os "grandes avanços" obtidos nos anos iniciais do ensino fundamental e os "bons resultados" do Ideb nos anos finais do ensino fundamental - ambos dentro das metas estipuladas pelo ministério. "Hoje é um dia de celebração para a educação brasileira e precisamos destacar a importância do trabalho dos professores para atingirmos esses números", disse Mercadante, em encontro com jornalistas na sede do MEC.

Para Mercadante, a tímida melhoria do ensino médio nos números divulgados nesta terça-feira, 14, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) - nota 3,7 no Ideb 2011, a mesma da meta estipulada pelo MEC, mas que teve um avanço de apenas 0,1 em relação ao Ideb 2009, bem inferior aos do ensino fundamental - deve ser atribuída a problemas conhecidos e pelos quais o ministério prepara ações. "Um fator claro é a estrutura curricular, muito extensa", disse. "São 13 disciplinas, que chegam a 19 se consideradas as disciplinas complementares. São muitas matérias."

Outro fator é o número elevado de estudantes do ensino médio matriculados no ensino noturno. "O rendimento já é comprometido porque muitos desses alunos trabalham e, com tantas disciplinas, eles ficam destimulados", afirmou. O ministro, porém, enumerou várias ações do MEC para reverter o quadro. A expansão do Fundeb, que não existia para o ensino médio até 2007, do Programa Nacional do Livro Didático e a criação do Bolsa-Família para alunos de 17 e 19 anos, uma medida mais recente, além do investimento na formação de professores, "apesar de ainda ser elevado o número de professores sem proeficência para lecionar no ensino médio". Ele também destacou a estratégia do MEC de apostar em escolas de tempo integral, e o aperfeicoçamento do Pronatec - "uma medida que abre caminho para dar qualidade às escolas técnicas".

De acordo com o ministro, todas essas iniciativas, além de outras adotadas para dar impulso na melhoria do ensino fundamental, vão exigir tempo para dar resultados. "Acreditamos que, a partir de 2015, as notas do ensino médio vão refletir o resultado dessas medidas", disse.

Mercadante alertou, porém, que o resultado do Ideb do ensino, deferentemente do ensino fundamental, é amostral - foram analisadas notas de 70 mil alunos. 'É muito pouco perto dos 1,3 milhão de estudantes que vão prestar o Enem", disse. "Nesse sentido, o Enem é um indicador muito mais importante para avaliarmos o ensino médio", disse. Mercadante adiantou que o MEC vai fazer um trabalho estatístico para arede em cima da snotas do Enem.

Anos iniciais
Mercadante atribuiu o avanço dos anos iniciais do ensino fundamental a um conjunto de medidas. "A cultura da avaliação da rede é a primeira delas", disse. Citou ações de fomento na formação de professores, como a Bolsa Licenciatura, a permanência na escola estimulada pelo Bolsa-Família, a entrega direta de livros didáticos e também ações estratégicas de govenros estaduasi. "Precisamos mostrar as iniciativas de Estados que trouxeram resultados e estimular ooutras redes a adotá-las", afirmou. Ele destacou, proém, o foco nas creches. "Finalmente estamos valorizando a função pedagógica da creche, que antes era vista apenas como um local onde a mãe que queria trabalhar fora deixava a criança", disse, citando os resultados do programa Brasil Carinhoso. "A criança que frequenta a creche tem mais estabilidade emocional e desenvolve conceitos como trabalho em equipe e liderança", enumerou.

Mercadante destacou tambvém o fortalecimento do trabalho de alfabetização, citando o Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa. "Quando resolvermos bem o problema da alfabetização, todo o sistema vai melhorar", disse.

Fonte: CPP
44% DAS ESCOLAS PÚBLICAS DO BRASIL NÃO ATINGEM META DO IDEB

Mais de 12 mil escolas públicas não atingiram a meta do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nas séries finais do ensino fundamental em 2011. Esse número representa 44% do total das 28.514 escolas que foram avaliadas no ano passado. O levantamento foi feito pela Meritt Informação Educacional, empresa especializada em análise de dados públicos de educação, a pedido do Estadão.edu.

A pesquisa aponta que a meta não foi atingida em mais da metade das escolas de 14 estados brasileiros, a maioria nas regiões Norte e Nordeste. No Amapá apenas 27% das unidades públicas de ensino alcançaram o índice. Já no Estado do Mato Grosso, com a melhor situação, 81% das escolas atingiram a meta. Em São Paulo, foram 2.703 unidades (55%).

De acordo com o diretor de pesquisa e desenvolvimento da Meritt, Alexandre Oliveira, a análise dos dados do Ideb, por escola, seria uma observação mais significativa. "É muito mais profundo e detalhado analisar os dados por escola, é lá que é legitimado o espaço onde realmente a educação acontece."

Além de não crescer, 232 escolas estaduais e municipais de Alagoas tiveram um índice menor em relação à última edição do Ideb, realizada em 2009. Esse quantitativo representa 55% de todas as unidades de ensino da rede pública daquele estado. É o maior do Brasil. No país, o porcentual de decréscimo foi de 37%.

Segundo o presidente do Conselho de Governança da organização Todos Pela Educação e do Conselho Nacional de Educação, Mozart Neves Ramos, a situação é "muito" preocupante nesse nível de ensino. "O crescimento do Ideb nos anos finais do Ensino Fundamental é muito discreto, quase não se percebe". De acordo com ele, dos resultados do Ideb 2011, quatro estados precisam de uma maior atenção. "Maranhão, Alagoas, Sergipe e Pará não conseguem avançar no processo educacional", afirma Mozart.

Para o senador Cristovam Buarque, membro da Comissão de Educação do Senado, os resultados do Ideb representam o nível de desigualdade do ensino no país. "O Ideb enquanto índice está bom, a escola é que está ruim", diz Cristovam. Ele ressalta, no entanto, que Ideb alto não significa, necessariamente, que a escola seja de boa qualidade.

Outra ponderação é apresentada pelo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin. Segundo ele, para serem válidos, os índices deveriam medir também as condições de trabalho dos professores e a situação de infraestrutura das escolas. "Muitas escolas ficam preocupadas, apenas, em melhorar o desempenho no Ideb, importando até o modelo de ensino privado", fala Franklin.

Fonte: CPP

ESCOLAS PARTICULARES NÃO ATINGEM META DO IDEB

No ensino médio da rede particular, 60% dos estados do País não atingiram a nota mínima esperado pelo governo no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para piorar, dois terços dos 20 estados avaliados em 2009 apresentaram queda ou mantiveram a mesma média no levantamento divulgado ontem.

No ensino fundamental, a situação é menos preocupante. No ciclo de 1ª a 4ª série, 33% não atingiram a meta e apenas dois estados tiveram queda de rendimento. Já entre os alunos de 5ª a 8ª série, metade das escolas avaliadas melhorou sua média.

Para especialistas, os números do ensino médio são frustrantes pelo fato de não refletir as vantagem que os alunos da rede privada têm em relação aos que estudam em escolas públicas.

A professora Silvia Colello, da Faculdade de Educação da USP, aponta que a falta de investimentos na atualização dos professores ajuda a explicar o mau desempenho. "As escolas particulares estão em um momento difícil de assegurar clientela e garantir a qualidade que demanda. Cobram mensalidades altas, mas funcionam como empresa e não valorizam o professor", afirma .

Rede paulista. São Paulo é um dos três estados do País que ficaram abaixo da meta do governo para escolas privadas nos três níveis avaliados pelo Ideb, ao lado do Distrito Federal e de Pernambuco. Nos últimos dois anos, no entanto, apenas o ciclo da 1ª à 4ª série não apresentou melhora na rede paulista.

Fonte: CPP

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

EDUCAÇÃO ABRE INSCRIÇÕES PARA TEMPORÁRIO DAR AULAS NO ESTADO

A Secretaria de Estado da Educação abre hoje as inscrições para professores temporários interessados em dar aulas em 2013. Além disso, começa hoje a inscrição para o processo de escolha das aulas do ano que vem.

Os candidatos ao cargo de professor temporário que não atuaram na rede neste ano podem se inscrever para a prova até o dia 17 de setembro em uma das 91 diretorias regionais do Estado. Para a escolha de aulas, os educadores estáveis e temporários que trabalharam neste ano deverão fazer o cadastro em www.educacao.sp.gov.br, até 19 de setembro.

Os professores efetivos não precisam partcipar do processo seletivo, mas devem se inscrever na escolha de aulas de 24 de setembro a 26 de outubro, no site da Educação.

Prova de promoção. A Educação divulgou o gabarito da prova de Valorização pelo Mérito. 
Os candidatos podem entrar com recurso até amanhã pelo site www.vunesp.com.br.



Fonte: CPP

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Volta ás aulas !


A leitura faz um homem completo. A conferência deixa ele pronto. A escrita o torna exato.
 
*Francis Bacon*

  Dia 01/08/2012