segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Na Câmara, Haddad diz que 'MEC terá que enfrentar bandidos'

Um mês após o Enem, em depoimento na Câmara dos Deputados na tarde desta quarta-feira, o ministro da Educação, Fernando Haddad, ressaltou a preocupação do MEC em relação às práticas criminosas em torno da prova. ”Foi contratada uma empresa de gestão de risco para reduzir as práticas criminosas; mas não se iludam, elas continuarão a acontecer". Segundo Haddad, o MEC vai ter de enfrentar os “bandidos” que agem nessa área. Ele lembrou que há indícios de envolvimento de um professor de cursinho nos problemas deste ano e que ele poderá ser indiciado pela Polícia Federal nos próximos dias. Em 27 de outubro, o Estadão.edu foi o primeiro a noticiar que mensagens postadas por um aluno no Twitter na noite do sábado (22 de outubro) já falavam que a apostila entregue pelo professor Jahilton antecipara questões do primeiro dia de provas do Enem. O material era discutido na rede. Na quarta-feira, terceiro dia após a prova, o Estadão.edu foi o primeiro a noticiar o caso das questões do simulado do colégio de Fortaleza, várias delas idênticas às do Enem 2011. Durante audiência pública promovida pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, o ministro disse ainda que o índice de falhas está dentro dos padrões internacionais. Questionado pelos deputados Duarte Nogueira e Vanderlei Macris (ambos do PSDB-SP) sobre a sucessão de falhas no exame ao longo dos anos, Haddad saiu em defesa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e do consórcio Cesgranrio-Cespe, responsáveis pela realização das provas.
Mais alunos - Haddad defendeu o Enem como o melhor modelo de acesso de estudante à universidade. Ele informou que o resultado oficial do Enem 2011, a ser divulgado nos próximos dias, vai mostrar que mais de 100 mil vagas das universidades públicas serão preenchidas por esse exame em 2012. O ministro informou que o número de adesão de alunos subiu de 1 milhão nos últimos anos para 5 milhões em 2011. A prova deste ano teve abstenção de 25%, com mais de 1,3 milhão de candidatos faltosos.
Custos - O ministro esclareceu questionamentos sobre a suposta controvérsia entre os dados dos custos do Enem e eventuais diferenças entre os números apresentados pelo MEC e o Tribunal de Contas da União (TCU). Haddad explicou que os custos estão ligados à natureza do contrato de realização das provas. “A legislação atual permite, no caso de serviços continuados, a realização de contrato com abrangência por mais de um exercício fiscal. O contrato atual é para 10 milhões de provas, e só a metade disso foi usada até agora.” O ministro destacou ainda o baixo custo do Enem, quando comparado aos vestibulares. “No Enem, o custo é de R$ 48 por aluno inscrito, enquanto à média dos vestibulares é de quase R$ 100 por aluno inscrito.” Ele acrescentou que todo o controle interno do MEC é feito por servidores de carreira da Controladoria-Geral da União (CGU), a fim de queimar etapas. Com informações da Agência Câmara

O Estado de São Paulo, 23/11/2011 - São Paulo SP

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