quarta-feira, 3 de outubro de 2012

No Projeto Educação, professor de sociologia explica os valores sociais

Na aula desta terça-feira (2) do Projeto Educação, o professor de sociologia Fábio Medeiros explica o que são os valores sociais. A Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, foi construída há quase quatro anos para abrigar 180 pessoas. Mulheres que em algum momento da vida fizeram escolhas erradas e agiram contra os valores da sociedade.

“Os valores sociais são construídos pela sociedade. Não é o indivíduo que necessariamente nasce com os valores e individualmente os constrói. É sempre o coletivo. Apesar dos valores sociais serem uma construção social o indivíduo também tem a capacidade da escolha. As condições podem inibir, neutralizar ou determinar a escolha, mas o ser humano é sempre livre e assume as consequências de suas decisões. Se a sociedade diz que isto não é o correto e que tal ação é a correta, você tem uma escolha a fazer. Essa escolha vai ter um peso que é você quem vai determinar” , explica o professor.

Ir contra os valores sociais é o que chamamos de contravalor.
“A criminalidade é algo que a sociedade não admite como valor. É um contravalor. Diante de certas condições que em sociologia chamamos de determinações sociais e econômicas, muitas vezes as pessoas são empurradas, o que não é uma justificativa, a viver um contravalor, a fazer ações inaceitáveis do ponto de vista social, como tirar a vida de alguém ou você cometer um furto”, acrescenta Medeiros.

O que essas mulheres buscam, agora, é uma oportunidade. E o governo do estado, responsável por elas, tem a obrigação de oferecer através da ressocialização.
Hoje, a Colônia Penal Feminina tem 540 mulheres presas. Dessas, 78 fazem trabalho interno. Uma oportunidade de reduzir a pena, mas mais do que isso, é o início de uma nova vida, que pode continuar quando elas voltarem para a sociedade.
Para trabalhar, é preciso ter um bom comportamento e se comprometer a frequentar a escola à noite, depois do expediente. Juntos, estudo e experiência profissional podem levar a um emprego.
“Recentemente, temos uma empresa que contratou duas. Elas receberam o alvará de soltura e não podem mais continuar no convênio, e eles assinaram a carteira”, diz Ednaldo Pereira, gerente de educação e qualificação profissional da Seres
No trabalho, Michaely Souza encontrou a esperança de uma vida diferente fora das grades. “Quero ter essa oportunidade lá fora quando eu sair, de conseguir um emprego externo quando eu sair”, conta ela.
“Aqui o que se vê é uma tentativa de recuperação, de uma retomada, de uma segunda chance, ou quantas chances forem possíveis para as pessoas serem relocadas, reconsideradas e aceitas socialmente, porque todos nós somos passíveis do erro. E tomara que a gente não caia num erro tão grave e inaceitável do ponto de vista social. É um experiência que deve ser aprimorada e a sociedade,  acima de tudo, conhecer e mudar também a perspectiva do seu olhar para a valorização das mulheres que aqui se encontram”, finaliza Medeiros.

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