segunda-feira, 4 de junho de 2012
ELES NÃO SABEM LER. E AGORA?
Alguns especialistas chamam de era do conhecimento ou sociedade da informação o mundo atual em que vivemos. Nessa sociedade contemporânea a habilidade mais básica que todo cidadão deve possuir é a proficiência em leitura. Lamentavelmente, isso não foi comunicado ao cidadão brasileiro médio, visto que apenas 1% dos estudantes possui habilidades avançadas em leitura. Em países desenvolvidos, o porcentual é de 15%.
Outra triste constatação é o fato de 55% dos jovens brasileiros estarem no nível mais baixo de proficiência em leitura, segundo avaliação internacional. Se incluirmos na análise os mais de 80 milhões de adultos que não possuem o ensino médio, constatamos que o Brasil possui uma nação de semilletrados, o que coloca o nosso país em grande desvantagem competitiva internacional.
Muitas empresas tentam contribuir, mas estão tratando o problema com o remédio errado. Os núcleos de capacitação financiados pela iniciativa privada e pelo governo querem profissionalizar jovens que ainda não sabem ler de forma articulada. A maioria dos cargos disponíveis requer a capacidade plena de expressão oral e escrita e de realização de cálculos básicos. Essas competências são obtidas por meio de um ensino médio de qualidade. O cumprimento dessa etapa básica garante em empregabilidade e livra o jovem do subemprego e demais constrangimentos sociais.
No Instituto Direcionar, bons resultados estão sendo percebidos através de aulas de português e oficinas de leitura, onde jovens exercitam a oralidade e melhoram a fluência. Doutores em matemática afirmam que português é abase para um bom desempenho nas disciplinas exatas, pois muitas vezes a dificuldade está no entendimento do enunciado dos problemas.
O domínio pleno da língua portuguesa obedecendo aos critérios da norma culta é o que alguns especialistas chama de "linguagem da oportunidade". Essa definição encerra a discussão sobre a liberdade de o jovem expressar-se com gírias ou dialetos locais.
O estudante deve ser preparado para falar a linguagem do trabalho, dos estudos e dos negócios. É a linguagem que o jovem precisará utilizar para ser aprovado em uma entrevista de emprego e para ser bem-sucedido no vestibular.
Nossa sociedade tem um longo caminho a percorrer para realizar uma grande reforma educacional, mas podemos avançar bem rápidos se nos atentarmos para a real necessidade que temos: os jovens não precisam de cursos profissionalizantes, eles precisam ser alfabetizados.
Ponto de Vista de Eduardo Filho - especialista em educação e presidente do Instituto Direcionar
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