No Distrito Federal, a Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap)
tem contribuído para a recuperação social de cidadãos privados de
liberdade e melhoria de suas condições de vida. Isso é feito com a
oferta de programas de educação, formação profissional e trabalho por
meio do Centro de Formação Profissional, no Centro de Internamento e
Reeducação da Papuda. Desde a criação do centro, em 2010, foram
capacitados 664 detentos.
Os cursos profissionalizantes resultam de parceria com o Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) do Distrito Federal e com a
Secretaria do Trabalho local. Já foram realizados cursos de garçom,
pintor de faixas e cartazes, pintor de obras e empreendedorismo.
Recentemente, foram acrescentados os cursos de assistente
administrativo, assistente de vendas, cabeleireiro, manicure e pedicure,
mecânico de motores, mecânico de manutenção de bicicletas, pedreiro de
alvenaria, serigrafia, paisagismo, confecção e modelagem de roupas.
Participam dos cursos dez turmas de 25 alunos cada uma.
De acordo com a diretora social e educacional da Funap, Denise Laluce
Santos Daza, além de promover a ampliação das possibilidades de
ressocialização, a capacitação profissional é importante para minimizar a
ociosidade dos internos do sistema prisional. Outra vantagem é a
remição da pena. Para cada 12 horas de estudo, há redução de um dia na
condenação.
Apesar de o centro de formação profissional estar localizado no
complexo da Papuda, a 25 quilômetros do centro de Brasília, Denise
garante que todas as unidades do sistema prisional do Distrito Federal
são contempladas com cursos profissionalizantes. Os privados de
liberdade também têm acesso ao ensino de primeiro grau, a exames
vestibulares, em parceria com a Universidade de Brasília, ao Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem), ao Programa Universidade para Todos
(ProUni) e a cursos de educação de jovens e adultos.
“O programa de educação na prisão é um processo de desenvolvimento
global para o exercício da cidadania” diz Denise. “É feito também por
meio da educação de jovens e adultos, em convênio com a Secretaria de
Educação do Distrito Federal.”
Oportunidade — Segundo o professor Alexandre Antônio
Alves Soares, do curso de assistente administrativo, o ensino
profissionalizante permite aos privados de liberdade obter uma ocupação
e, assim, prestar serviços à sociedade. “Tudo é possível a partir do
momento em que temos uma oportunidade, mudamos nossas atitudes diante
dela e a aproveitamos da melhor forma”, ressalta. Com pós-graduação em
comportamento organizacional, Alexandre, que está no magistério há cinco
anos, trabalha no Senai, na região administrativa do Gama, a 30
quilômetros de Brasília.
Com relação ao trabalho desenvolvido com os detentos, Alexandre
acredita no projeto, que considera socioeducativo e de recuperação.
“Gosto do meu trabalho e da minha contribuição para pessoas que muitas
vezes não tiveram muitas oportunidades na vida”, afirma. “Além disso,
estou convencido de que as opções de vida só podem ser melhores por meio
da educação.”
Fonte:http://portal.mec.gov.br
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